quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
domingo, 18 de novembro de 2012
- Despertar, alimentar, formar, purificar e fortificar a fé - [Semana dos Seminários 2012]
SACERDOTE, IRMÃO NA FÉ E SERVIDOR DA FÉ DOS IRMÃOS
- Despertar,
alimentar, formar, purificar e fortificar a fé -
O Sacerdote
como irmão na fé e servidor da fé dos irmãos é o tema de fundo da Semana dos
Seminários que decorre entre os próximos dias 11 e 18 de Novembro e na qual a
Igreja se congrega, de forma especial, na oração pelas vocações ao Ministério
ordenado (ser Padre).
Este ano a
Semana dos Seminários olha para o Padre e para o Sacerdócio a partir da
perspectiva da vivência da fé que origina a sua caminhada vocacional e que,
depois, define a sua ordenação e a vivência quotidiana do Sacerdócio
ministerial. O mistério da fé está na origem do Sacerdócio enquanto vocação e
é, de igual forma, o alicerce permanente do ministério.
O Padre, como
todo o cristão, é e será sempre um peregrino da fé. Chamado um dia a
configurar-se com Cristo, Cabeça e Pastor da sua Igreja, o Padre inicia a sua
caminhada de fé, como todos os outros cristãos, no Baptismo que é dom e
promessa, acolhimento e desafio. É o mesmo Baptismo que, enquanto semente e
fermento, inicia uma íntima, profunda e filial relação com Deus e dá, depois,
origem a diferentes configurações de vida pelas opções que fazem unidade
pessoal e se harmonizam com o projecto de Deus revelado em Jesus Cristo.
Alguns, neste caminho, “são tão baptizados” (tão crentes, tão filhos),
poder-se-ia assim dizer, que Jesus os chama a identificarem-se totalmente com
Ele e os envia a servir como Ele próprio fez com a sua vida. Mas, antes da
relação de trabalho (o ministério), o processo inicia-se e define-se com a
relação de amizade com Cristo (o mistério da fé e de acreditar).
Todos os
cristãos são “Amigos” de Cristo. Mas os Padres, por ministério e por missão,
são chamados a fazer da sua amizade uma ponte para muitos outros serem também
amigos de Cristo. É por isso que são irmãos na fé e, ao mesmo tempo, servidores
da fé dos irmãos. O seu ministério na Igreja existe por causa dos irmãos. Mas,
se ele próprio não crescer na fé, nunca será testemunho e elo de ligação para
ninguém.
A Igreja nunca
subordinou a essência e a emergência da sua missão ao número de sacerdotes. A
evangelização não é uma questão de quotas. Mas a Igreja, evidentemente, tem
necessidade de Homens baptizados que sejam tão “Amigos” de Cristo que se se
deixem por Ele chamar e enviar para alimentar a fé de tantos e tantos homens e
mulheres que O querem conhecer e viver o seu projecto.
Nos últimos
anos, e diante da falta crescente de Sacerdotes na nossa Diocese, tem-se
sublinhado a necessidade de promover um cultura vocacional que envolva a vida
das comunidades cristãs para criar um ambiente em que as diversas vocações
possam germinar e crescer. A cultura vocacional, no entanto, sublinha-se sempre
também, há-de ser diferente de uma qualquer estratégia de recrutamento de
pessoas para determinados lugares.
O Ano da Fé
que, por feliz iniciativa do Santo Padre, já estamos a viver, pode ajudar-nos a
compreender o que está na base do mistério da vocação sacerdotal e de todas as
vocações. Tudo o que alimentar e ajudar a formar a fé cristã, ajudará a que
alguém se deixe chamar por Deus e ajudará, igualmente, a que alguém se entregue
para o seu serviço e para o serviço da Igreja. Acreditar, “ter fé” como
costumamos dizer, não é uma atitude que se possa dizer adquirida de uma vez por
todas e para sempre. A fé é uma relação e, por isso, necessita de ser
alimentada, formada, purificada, fortificada. Permanentemente. Continuamente.
Na vida da
Igreja e das nossas Comunidades existem muitos dinamismos que ajudam a
despertar, a alimentar, a formar, a purificar e a fortificar a fé. E é de todos
esses dinamismos conjugados que pode resultar uma cultura vocacional, contexto
e desafio para o surgimento de vocações sacerdotais. Acolhimento, ambientes
sadios, horizontes de realização humana e cristã feliz e fiel, momentos de
oração, ocasiões ou momentos/itinerários de formação da fé, experiências de
voluntariado, Eucaristia, projectos de acção social ou outra, valorização da
família, participação comunitária, integração nos grupos e movimentos
paroquiais, nos grupos de acólitos, ... são alguns dos dinamismos que constroem
uma cultura vocacional. Não por obrigação mas porque despertam e educam a
capacidade do dom.
A fé vem pelo
ouvido. Podemos traduzir assim S. Paulo (Rom 10, 14 ss). Então tudo o que
valorize o encontro com a Palavra de Deus valorizará também a relação de fé já
que a melhor maneira de reconhecer o amor é empreender um caminho para amar
também. No dia a dia, a Palavra de Deus sai-nos ao encontro em muitas e
variadas ocasiões. Uma cultura vocacional é um ambiente em que a Palavra é
valorizada, um ambiente em que se proporcionam pontes entre o que a Palavra
preconiza e a busca de sentido de vida que as pessoas empreendem. Catequeses,
encontros, oração pessoal e comunitária, Eucaristia, Exéquias ... são ocasiões
em que a Palavra nos sai ao caminho. Vale a pena parar e tratar a Palavra como
relação de comunicação.
Contexto
privilegiado para uma cultura vocacional é, por isso mesmo, a Eucaristia e toda
a oração que a pode prolongar. Conduz ao encontro personalizado com Jesus, faz
memória sacramental do seu amor e da sua entrega, sublinha a gratuidade e a
liberdade do amor que salva, alimenta a oração. E a experiência da proximidade
com Jesus Eucaristia, Sacramento de Amor, é o melhor contexto para Deus Se
poder dizer e para alguém O poder ouvir.
A liturgia bem
celebrada, com espaço para a Palavra, para o Memorial e para a adoração, com
serenidade para o encontro, é fonte de chamamento e de vocação. É o cuidado do
mistério da fé que proporciona o cuidado do mistério da vocação.
Na nossa
Diocese existem, neste momento, três Seminaristas (o Miguel Coelho, o Miguel
Serra e o André Beato) que fazem caminhada nos Seminários da Diocese de Lisboa
e na Universidade Católica. E existe um grupo de jovens em Pré-Seminário. A
Semana dos Seminários é o contexto para uma oração mais intensa por cada um dos
nossos Seminaristas. Rezamos pela sua caminhada, pela sua fé, pela sua
fidelidade, pela sua alegria em servirem Jesus e a Igreja. Rezamos invocando de
Deus que conceda à nossa Diocese jovens que se deixem chamar e enviar. Na
promoção de uma cultura vocacional, os dinamismos que ajudam a despertar, a
alimentar, a formar, a purificar e a fortificar a fé, fazem do Padre um irmão
na fé e um servidor da fé dos irmãos.
p. Emanuel Matos Silva
Reitor do Seminário Diocesano de Portalegre - Castelo
Branco
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
"ANUNCIAR COM ESPERANÇA”
MENSAGEM DO BISPO DE PORTALEGRE-CASTELO BRANCO
SEMANA DOS SEMINÁRIOS 2012
O Concílio Vaticano II teve como um dos principais objectivos a renovação de toda a Igreja. Num dos seus documentos, declarou que este desejo de renovação “depende, em grande parte, do ministério sacerdotal, animado do Espírito de Cristo” e proclamou “a grande importância da formação sacerdotal” (OT1). Durante esta Semana dos Seminários que decorre de 11 a 18 de Novembro, somos convidados a ter presente, de forma especial, o Seminário, os nossos seminaristas e quem os acompanha.
O Seminário continua a ser o “coração da Diocese” pois esta não pode viver sem o ministério ordenado. Jesus Cristo quis que os seus discípulos “formassem um só corpo” e, para isso, “constituiu, de entre os fiéis, alguns como ministros, os quais, na sociedade dos crentes, possuíssem o sagrado poder da Ordem para oferecer o sacrifício, perdoar os pecados e exercer oficialmente o múnus sacerdotal em nome de Cristo a favor dos homens” (PO 2).
Este serviço à comunidade cristã, porém, exige formação adequada e atenta que encontra no Seminário o espaço normal e privilegiado, apesar de toda a complexidade que a arte de educar envolve e os tempos reclamam. Os alunos da nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco, porque são poucos, estão integrados no Seminário do Patriarcado de Lisboa e, a partir de lá, frequentam também a Universidade Católica. A escassez não nos deve levar ao desânimo, deve levar, isso sim, a entender cada vez mais a responsabilidade que nos cabe em pedir operários ao Senhor da messe, em promover uma pastoral paroquial e diocesana toda ela imbuída do espírito vocacional, e a respeitar o processo e dinamismos vocacionais sem ignorar que a crise de vocações é também uma crise de fé. Como vos dizia na Carta Pastoral, “não podemos pensar a pastoral vocacional como uma espécie de exercício de retórica em que se convence alguém de alguma coisa.
A pastoral vocacional deve ser, antes de mais, um processo que favoreça o encontro de cada um com Deus, na vida íntima de oração, e, numa segunda fase, àqueles que já conhecem Jesus Cristo e por isso se questionam sobre o plano de Deus a seu respeito, ajudá-los a conhecer e descobrir a multiplicidade de possibilidades, desde a vida matrimonial à vida consagrada, desde o ministério ordenado ao laicado comprometido”.
Nesta Semana dos Seminários, pensando mais na vocação ao ministério ordenado, apelamos a todas as comunidades paroquiais, movimentos e obras de apostolado que não se dispensem de reflectir e falar destes caminhos tão necessários e de promover uma oração vocacional concreta, não esquecendo de pedir e valorizar também a oração dos doentes e idosos. Sem esquecer que o primeiro seminário é a família, o dever de fomentar as vocações é de toda a comunidade cristã.
D. Antonino Eugénio Fernandes Dias
Bispo de Portalegre - Castelo Branco
Sacerdote | Irmão na fé e servidor da fé dos irmãos | Semana dos Seminários 2012
SEMANA
DOS SEMINÁRIOS 2012
SACERDOTE,
IRMÃO NA FÉ E SERVIDOR DA FÉ DOS IRMÃOS
1. A Semana dos Seminários, de 11 a 18 de
Novembro de 2012, oferece aos fiéis uma oportunidade de aprofundamento sobre o
mistério do padre e sobre o ministério que ele realiza na Igreja.
No contexto do Ano da Fé, somos
convidados a avivar a nossa consciência acerca da condição sacerdotal de todo o
Povo de Deus, radicada no mistério pascal de Jesus Cristo, que assumimos pelo Baptismo ao mesmo tempo, afirmamos a teologia da Igreja acerca do sacerdócio
ministerial, pelo qual alguns homens são associados à pessoa e missão de
Cristo, Cabeça da Igreja.
O Concílio Vaticano II, de cujo início
estamos a celebrar os cinquenta anos, trouxe alguns elementos importantes para
a nossa compreensão do sacerdócio na Igreja e, sobretudo, para uma renovada
visão da relação existente entre todos os fiéis em Cristo. Entre eles destacam-se
os seguintes: a igual dignidade de todos os membros do Povo de Deus (LG 32); o
sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial “embora se diferenciem
essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao outro” (LG 10)
e ambos “participam, a seu modo, do único sacerdócio de Cristo” (LG 10); “a
distinção que o Senhor estabeleceu entre os ministros sagrados e o restante
Povo de Deus, contribui para a união, já que, os pastores e os demais fiéis
estão ligados uns aos outros por uma vinculação comum” (LG 32).
2. Membro do Povo de Deus, tão
intimamente unido a Cristo pelos laços da comunhão no Baptismo e na Ordem, tendo
recebido o dom de agir na Pessoa de Cristo, o padre é um irmão na fé.
As comunidades cristãs têm cada vez mais
apreço pelo sacerdote, sobretudo quando há uma relação de amizade, proximidade
e disponibilidade. Mas, acima de tudo, marca-as a profundidade da sua fé, tanto
expressa nas suas palavras como na sua vida.
O padre é, de facto, e é chamado homem de
fé. No meio de todas as suas actividades a fé, assumida e testemunhada, há de
sobressair como o fogo que alimenta toda a sua vida.
As vocações sacerdotais dependem de
muitos factores mas o testemunho de fé dos sacerdotes é, sem dúvida, um dos
mais relevantes.
Temos grande esperança de que este Ano da
Fé venha trazer um forte impulso de renovação à vida de toda a Igreja e,
também, à vida sacerdotal. Os jovens deixar-se-ão tocar, como sempre aconteceu,
pelo testemunho da fé de toda a Igreja, espelhada de um modo muito visível no
testemunho de fé dos sacerdotes.
3. Irmão na fé, o padre é também pai na
fé. Foi chamado pelo Senhor, recebeu uma vocação que implica sempre uma missão,
que podemos definir como um serviço à fé dos seus irmãos.
Como ensina o Concílio Vaticano II, “por
virtude do sacramento da Ordem, (os presbíteros) são consagrados, à imagem de
Cristo, sumo e eterno sacerdote, para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e
celebrar o culto divino, como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento” (LG
28).
Quando são tantas as solicitações que
chegam aos sacerdotes e quando as comunidades cristãs são tão exigentes, é
preciso que eles cultivem uma grande capacidade de discernimento para se não
deixarem arrastar pelas realidades importantes, mas não decisivas. O serviço
à fé do Povo de Deus constitui o
específico e essencial da acção sacerdotal, por meio do anúncio do Evangelho e
da celebração da Sagrada Liturgia.
Sem uma inserção entusiasta na vida da
comunidade cristã e sem uma relação verdadeiramente fraterna com os seus membros,
fica comprometido tanto o anúncio da Boa Nova, como a celebração de um culto
que seja expressão da vida toda.
Neste Ano da Fé, desejamos que os jovens
possam ter um contacto mais próximo com o testemunho de fé dos sacerdotes, que
servem, com entusiasmo, os seus irmãos e as comunidades. Que o Espírito Santo
os ensine a percorrer o caminho da alegria de servir a Igreja e lhes dê o
desejo do sacerdócio a que o Senhor pode chamá-los.
4. A crise das vocações sacerdotais a que
se assiste na Igreja é, sem dúvida, uma das consequências da erosão da fé
cristã que, de forma errada, tem sido considerada “um pressuposto óbvio da vida
diária” (PF 2).
Com razão nos incentiva o Papa Bento XVI
“a redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior,
a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo” (PF 2).
Toda a pastoral das vocações sacerdotais
estará ao serviço da redescoberta do caminho da fé, em ordem ao encontro com
Cristo. Quando este encontro se dá na alegria e no entusiasmo, surge a
disponibilidade vocacional, pois, o que importa, nessa altura é a vivência fiel
da fé e o serviço à comunidade cristã.
Convidamos as comunidades cristãs a
intensificar a oração pelas vocações sacerdotais, não somente na Semana dos
Seminários, mas regular e longamente, numa corrente contínua que envolva todas
as faixas etárias e todos os membros activos da Igreja. É pela oração que
manifestamos a fé e a disponibilidade para aceitar a vocação e a vontade de
Deus, especialmente na liturgia da Missa, participação sacramental no mistério
de Cristo e na adoração eucarística, que lhe dá continuidade.
Aos seminaristas deixamos uma palavra de
ânimo, para que ponham a vida nas mãos do Senhor, que olhou para eles com
bondade e misericórdia.
Aos jovens que sentem o apelo no sentido
do sacerdócio, encorajamos a avançar sem medo, confiados no amor que o Senhor
lhes tem e abertos à urgência de pastores, que sejam irmãos na fé e servidores
da fé dos irmãos.
À solicitude materna de Nossa Senhora
confiamos a pastoral das vocações sacerdotais e todas as iniciativas da semana
dos seminários.
Ó Maria,
vós sois feliz porque acreditastes,
primeira na fé em Cristo,
a imagem e a figura da Igreja crente.
Rogai a Deus por nós,
para que sejamos firmes na fé,
na alegria do encontro com Cristo.
Ó Maria,
vós sois a Mãe de Cristo Sacerdote,
a humilde Serva do Senhor,
a Mãe da Igreja crente.
Rogai a Deus pelos sacerdotes,
para que sejam servos da fé dos irmãos,
na alegria de crer e no entusiasmo de
comunicar a fé.
Ó Maria,
vós sois a mulher do “Sim” total a Deus,
sempre disponível à vontade do Pai,
a Rainha de todas as Vocações.
Rogai a Deus pelos seminaristas,
para que reconheçam o amor de Deus,
na resposta decidida à sua vocação.
Ámen
Coimbra, 20 de Outubro de 2012
Virgílio do Nascimento Antunes
Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
E foi mesmo um filme! =)
O Pré-Seminário Diocesano da Diocese de Portalegre - Castelo Branco realizou nos dias 27 e 28 de Outubro o primeiro encontro do Ano Pastoral 2012 - 2013.
O encontro teve como tema "Esta aventura com Jesus vai ser... um Filme"! E foi mesmo!!
Confirmou-se as perspectivas de um encontro muito divertido, onde o desafio principal passava pela realização de um pequeno filme em que os pré-seminaristas, entre outros motivos, faziam um convite aos jovens da nossa diocese à participação dos encontros do Pré-Seminário.
Apesar de pela mudança da hora o dia "ter" tido mais uma hora, o tempo passou depressa e revelou-se curto para tudo o que desejávamos fazer. Entre os momentos de oração e de partilha de interrogações interiores, houve ainda tempo para o jogo, a musica e a visualização de pequenos filmes vocacionais seguido de um tempo de reflexão.
Concretamente no que tocou à realização do filme, que esperamos disponibilizar em breve, cada um dos rapazes idealizou um filme vocacional. Cada um colocou-se na pele de realizador por uns momentos. Seguiu-se a partilha das ideias, as frases, os tempos, o cenário .. logo depois iniciamos a gravação. Entre gravações e regravações, riso e desespero, no final do dia lá conseguimos as gravações que tínhamos pensado. Depois seguiu-se mais um momento de boa disposição, ver o fruto dos trabalhos. As chamadas "gaffes cinematográficas" com as quais nos divertimos imenso.
Concretamente no que tocou à realização do filme, que esperamos disponibilizar em breve, cada um dos rapazes idealizou um filme vocacional. Cada um colocou-se na pele de realizador por uns momentos. Seguiu-se a partilha das ideias, as frases, os tempos, o cenário .. logo depois iniciamos a gravação. Entre gravações e regravações, riso e desespero, no final do dia lá conseguimos as gravações que tínhamos pensado. Depois seguiu-se mais um momento de boa disposição, ver o fruto dos trabalhos. As chamadas "gaffes cinematográficas" com as quais nos divertimos imenso.
À noite, porque mês do Rosário, fomos rezar o terço com os jovens da Paróquia de Alcaíns onde fomos muito bem acolhidos e acarinhados pela comunidade presente. Antes de terminar o dia, ainda tempo para a Noite Cinema.
No dia seguinte, o Domingo, levamos o Pré - Seminário Diocesano "mais além".
Fomos ao encontro da Comunidade da Mata (comunidade paroquial "conduzida" pelo P. Libânio) com quem celebramos a Eucaristia e onde afirmamos a nossa preferência por Jesus. Por motivos de saúde, o padre Libânio não pode estar presente, mas deixamos à comunidade a certeza da nossa amizade e oração por todos, de modo especial pelo padre Libânio, pedindo que continuassem a rezar por cada um dos pré-seminaristas e pelos jovens da nossa diocese, para que ao ouvirem o chamamento de Deus ao Sacerdócio, não o negassem mas aceitassem esse belo desafio.
Depois do regresso a Alcaíns, arrumamos as nossas coisas para o ultimo momento de oração do encontro.
No fim do almoço, cada um seguiu para as suas paróquias. Com muita pena dos rapazes, neste primeiro encontro do ano não criaram novas amizades. Os "descobridores" que procuram compreender a vontade de Deus para as suas vidas, eram todos "velhos conhecidos". Estiveram presentes cinco rapazes que já pertencem ao ao Pré-Seminário à algum tempo: o Gonçalo e o Pedro de Castelo Branco e o Rúben de Alcaíns com quatro anos de Pré-Seminário; o Simão de Portalegre com dois anos e o Pedro Castro com um ano de pré-seminário. Esteve ainda presente o Miguel de Alcaíns que apenas pôde estar connosco durante o almoço de Domingo, também ele a fazer um ano de discernimento e participação nos nossos encontros.
Pedimos a oração e a atenção de todos para que este grupo possa continuar crescer e tornar-se naquilo que Deus deseja para ele(s). Rosto de esperança para uma diocese que cada vez mais clama por Homens que possam tornar presente, entre as comunidades da nossa Diocese, a Pessoa de Jesus. Que Jesus é o Caminho a Verdade a Vida, é uma certeza que vive em nossos corações. Mas será que essa certeza permanecerá nos corações dos futuros homens e mulheres da nossa diocese? Sem a generosidade das comunidades na oração e no ajudar a despertar nos jovens o desejo de ser Padre Diocesano, este rosto de Jesus poderá dentro de alguns anos, não ser mais uma certeza. Continuemos a rezar pelas vocações!
Que o "filme" que vamos realizando com a alegria da nossa vida, seja fruto abundante e partilha para a vida da nossa Igreja Diocesana e que ajude os nossos jovens a ganhar coragem e a assumir a vocação ao sacerdócio que Deus coloca nos seus corações.
Em Novembro estaremos de regresso para contar como foi.
Um bem haja
Pré - Seminário Diocesano Portalegre - Castelo Branco
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
domingo, 2 de setembro de 2012
O que é ser Padre! (Nuno Branco s.j na 1º pessoa!)
A
semanas do recomeço dos encontros do Pré-Seminário Diocesano de Portalegre -
Castelo Branco, um pequeno testemunho acerca do Ser Padre! (In-perdível!)
Imagem "prostrados" da autoria do Padre Nuno Branco s.j
“Ainda me lembro. Há uns anos atrás
na estrada a caminho de Aveiro, a ouvir a Rádio Comercial. Ouvia-se dentro do
carro, mas eu não ouvia. Estava ausente. Andava a perguntar a Deus que fazer da
minha vida. Afinal, já tinha chegado à meta. Arquiteto formado, emprego
assegurado, uma vida grande pela frente. Tão grande e insuficiente. Não chega.
Há aqui qualquer coisa que não está a bater certo. Não consigo perceber o que
falta.
Uns dias mais tarde, perguntei-me de
forma envergonhada, sozinho e em silêncio para que nem eu próprio me visse.
Porque não ser padre? Não me lixes a minha vida, se faz favor. Fui sincero com
Deus. Abri-lhe o jogo. Não acredito na reincarnação, portanto a única vida que
me resta não vou desperdiça-la e esbanjá-la dessa maneira. Deixa-te lá de
histórias. Ainda me lembro que negociei com Ele. Deixa-me casar, disse-lhe. Eu
caso-me e depois tu levas os meus filhos todos p’ra padre e não se fala mais
nisso. Ficas a ganhar. Tu e eu. Parece-te bem?
Mostrou-se convencido. No entanto, a
palavra “padre” continuava a aparecer pior que uma noite mal dormida. A palavra
“padre” parecia-me um insecto de sete vidas. Esmagado contra parede,
espezinhado. E sobrevive. E lá se levantava devagarinho, ressuscitava. Senhor!
Por favor, não me-lixes-a-minha-vida! É simples. Continuamos assim. Tu aí.
Eu, aqui. Ninguém te chateia, eu acredito em ti na mesma. E tu não me
chateias.
E agora Senhor cá estou de novo. A
poucos dias de ser padre. E, desculpa a franqueza, mas continuas na mesma. Já
te dei provas de que não sou propriamente a melhor pessoa deste mundo e que ao
meu lado, haveria quem bem melhor poderia servir-te nesta missão. Não sei o que
é ser padre. Não sei como se é padre. Mas, sei que quero ser Teu. Assim.
Atabalhoadamente teu. É um grande risco, tu sabes. Mas, se isto correr mal a
culpa – desculpa dizer-te – será tua. Eu avisei-te. Nunca te escondi o que sou
e o que não sou. Só posso agradecer a tua bondade e a tua generosidade. Sou Teu
e serei Teu.
E já agora que ninguém nos ouve, só
mais uma coisa. É simples. Dá-me a graça e a alegria de ser padre até ao fim da
minha vida. É isto que eu peço com sincera verdade.
“Que eu habite na tua casa para o
resto da minha vida”. “
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
sábado, 28 de julho de 2012
Só por Ti Jesus…
Este foi o tema escolhido para o acampamento de verão do
Pré-Seminário, deste ano… foram 8 jovens que aceitaram o desafio de passar uns
dias mais intimamente com Deus, de O descobrir, deixar-se encantar e acima de
tudo abrir o seu coração.
O acampamento este ano teve lugar nos dias 9 a 12 de Julho,
na Sertã, onde fomos extremamente bem acolhidos pelo Pe. Daniel e Pe. Lúcio, bem
como por toda a paróquia, que ao longo dos vários dias nos foram mimando.
Durante estes dias visitámos os diversos pontos de interesse
turístico da Sertã, realizámos um passeio pedestre em Pedrogão Pequeno, tivemos
oportunidade de realizar diversas atividades aquáticas, onde podemos destacar a
tarde dedicada à prática de canoagem.
Foram dias de maior descontração, o que não quer dizer que
não houve tempo para a formação e fazer caminho, nesta busca da vontade de Deus
para cada um destes jovens, tivemos oportunidade de falar e discutir vários
temas. Agradecemos especialmente ao Pe. Daniel que nos contou a história da sua
vocação, que se baseou no tema: “Sim… uma vida de entrega!”; à Dulce Catarino e
ao Rui Correia que nos vieram falar: “Felicidade… Vontade de Deus!”, com este
tema pudemos perceber que há vários caminhos que nos levam a Deus, que a
felicidade não passa por Ter, mas acima de tudo pelo Ser e devemos sempre
«impelir a nossa canoa».
A componente
formativa não ficou por estes dois temas, tivemos ainda o privilégio de falar e
discutir sobre: “Viver a fé… um caminho de escolhos!” e “Discernir/Fazer
escolhas… Sozinho? Ou com Deus?” saímos destes dia, com a certeza de que no
nosso caminho nunca estaremos sós e que apesar de todas as dificuldades, Ele
nunca nos abandona.
Não podemos deixar de referir os pontos altos deste
acampamento, que foram as orações e, por um lado a participação na Eucaristia
da paróquia e a Eucaristia final, celebrada pelo Pe. Nuno Silva, coordenador do
Pré-Seminário, que nos surpreendeu com a sua presença, no último dia.
Agradecemos essencialmente a Deus, por tudo aquilo que
vivemos, não só neste acampamento, mas também ao longo deste ano… as pessoas
que nos acolheram e colaboraram connosco, as experiências que nos
proporcionaram, aquilo que sentimos, rezámos e todas as brincadeiras e laços
que criámos… sem dúvida foi um ano muito rico e cheio da presença de Deus!
quarta-feira, 27 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Pré Seminário Diocesano no Arciprestado de Abrantes
No fim-de-semana
28 – 29 de Abril, final da Semana de Oração pelas Vocações que este ano teve
como tema "As vocações Dom do Amor de Deus", reuniram-se os rapazes
do Pré-Seminário Diocesano para mais um desafio! Foi um desafio que
teve início em Alcains, mas que depois continuou no Arciprestado de Abrantes,
em Rossio ao Sul do Tejo e no Domingo na Chainça onde celebramos a Eucaristia
Dominical com o Padre José da Graça e com a comunidade que tão carinhosamente
nos acolheu. Seguindo-se depois o regresso a Alcains onde terminamos o nosso
encontro.
Os rapazes partiram
do tema da semana das Vocação e procuraram responder à questão “ Já pensaste na
tua vocação” partindo da visualização de vários vídeos vocacionais, onde tinham
que responder a algumas perguntas partindo do filme que tinham visualizado. Cada
visualização trazia questões para responder e para os ajudar a reflectir acerca
do “ser padre”. Depois de uma breve pausa, fomos ao encontro de alguns jovens
do Arciprestado que estavam reunidos para um encontro dinamizado pela equipa da
Pastoral Juvenil Arciprestal de Abrantes ao qual deram o nome de “Tarde das
Vocações”.
(Nove pré.seminaristas: Vitor; Afonso; Fábio; Pedro Valente; Gonçalo; Paulo; Pedro; Simão e Rúben)
Esta
iniciativa realizou-se na Paróquia do Rossio ao Sul do Tejo e foi ao encontro
do desejo da Igreja para essa semana; reflectir sobre as vocações
Sacerdotais, Religiosas, Missionárias e também a vocação à família. O
desejo de levar os jovens a rezar, sensibilizar e despertar os dons
de Deus, entregando-os ao serviço da Igreja e da Sociedade na missão de cada
um.
Os “pré
seminaristas” participaram na actividade "Tarde das
Vocações" testemunhando os seus pontos de vista vocacionais, a
sua experiência e vivência fruto dos encontros do pré-seminário e
a importância de responder Sim a Deus nos desafios que Ele vai
colocando na vida de cada um!
A "Tarde
das Vocações" teve o seu início com o acolhimento pelas 17 horas
seguindo-se depois um jogo em "peddy paper" acerca das Vocações da Igreja!
Várias equipas espalhadas num circuito de rua que levou os jovens até à margem
do Rio Tejo, no qual tinham um conjunto de jogos e momentos de reflexão para
realizar e que a todos muito divertiu! No final do Jogo Vocacional um jantar
partilhado que ajudou a recuperar forças para o ensaio e para
a Vigília de Oração pelas Vocações que no inicio da noite
se realizou na Igreja do Rossio, presidida pelo Padre Carlos Almeida,
Pároco de Alferrarede!
No Domingo
sentimos a oração e o carinho da comunidade da Chainça, rosto da presença orante
de todas as comunidades da diocese que rezam pelas vocações, e assim, pelo
discernimento dos jovens pré-seminaristas. O nosso agradecimento ao Padre José
da Graça pelas palavras de amizade, encorajamento e pelo desafio à oração pelas
vocações que manifestou. No final, e depois de muitos cumprimentos e palavras
de ânimo aos rapazes, metemo-nos à estrada de regresso ao Seminário de Alcains para
almoçarmos e terminarmos o nosso encontro! Neste encontro damos a boas vindas a
três novos rapazes; O Afonso, o Fábio e o Vítor da Concavada que participaram
pela primeira vez.
Foi um fim-de-semana
de muita alegria, reflexão e oração! Entretanto fica a esperança de surgirem
outros encontros semelhantes pela diocese por altura da semana de Oração pelas
Vocações, em que o pré-seminário diocesano possa participar e em que se possa
congregar jovens na descoberta de Jesus Cristo e na interrogação dos desafios
de Deus para as suas vidas! A alegria dos jovens no reflectir das
suas vidas e das suas vocações, é para todos motivo de esperança de num
futuro próximo podermos fazer festa com os seus "Sim" a
Deus e com os seus projectos na Igreja, quer sejam eles nos caminhos do
sacerdócio, da vida religiosa, da vida Missionária ou da vida em matrimónio.
Continuamos a
rezar pelas vocações no desejo de se manifestarem tal como elas são, dons do
amor de Deus. Contamos com a sua oração! Bem Haja.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
Mensagem do Papa Bento XVI para o 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações
Amados irmãos e irmãs!
O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a refletir sobre o tema «As vocações, dom do amor de Deus».
A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est –; «quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele» (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença» (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.
À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?» (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste fato que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida.
Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: «Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz» (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5).
Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. «Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia» (n.º 17).
O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26).
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes «dois amores» – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De fato, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – «Tu sabes que Te amo» (Jo 21, 15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.
A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: «O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós» [Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur ( ed. Foi Vivante - 1966), p. 100].
Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração.É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja, sobretudo, a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.
Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25).
Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De fato, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus» (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.
Papa Bento XVI
Vaticano, 18 de Outubro de 2011
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