segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Regressar a casa e ... descansar! - Com testemunho pessoal de Pedro Valente -


Terminada a “Semana de Verão” do Pré-Seminário Diocesano em Taizé é chegado o tempo de parar e refletir para melhor prepararmos o próximo ano de actividades.

Alegramo-nos com as graças que fomos recebendo, que os rapazes foram vivendo e descobrindo, mas é tempo de continuar a caminhar para que no próximo ano outros rapazes possam chegar ao grupo e também possam fazer uma caminhada de descoberta vocacional e de aprofundamento da sua amizade com Jesus.  

O final de cada ano pastoral representa a natural partida daqueles que caminhando foram fazendo as suas descobertas e tomando as suas opções de vida. Uns seguem para o Seminário para aprofundar as suas descobertas e começarem a sua preparação para um dia serem padres; outros seguem para outros caminhos onde testemunharão, no seu dia a dia, seja no mundo do trabalho ou no mundo dos estudos, os frutos das suas descobertas.

Após a participação na “Semana de Verão em Taizé”, experiência forte de oração, diálogo, partilha, de silêncio e de festa, que partilhamos com muitos amigos da nossa diocese de Portalegre – Castelo Branco, foi pedido a um dos rapazes que este ano termina o seu caminho no Pré-Seminário Diocesano, que em breves linhas pudesse comentar a sua caminhada no Pré-Seminário e a sua experiência em Taizé.

O Pedro Valente, da Paróquia de São Miguel da Sé de Castelo escreveu as seguintes palavras às quais deu o titulo de “A Aventura do Pré-Seminário”:

“Chegaram ao fim os meus cinco anos de caminhada no Grupo do Pré-Seminário. Seria impossível resumir este período em apenas algumas linhas...

Lembro-me perfeitamente do fim-de-semana do meu primeiro encontro. Era um dos primeiros dias de sol na Primavera do ano de 2009 e tinha apenas treze anos. Sinceramente, nem sabia muito bem o que iria encontrar ao longo desses dois dias. Fui acolhido com uma enorme boa disposição, com muita cumplicidade e confiança, como se todos já nos conhecêssemos há muito tempo. Foram dois dias inesquecíveis com a junção perfeita entre o desporto, o convívio, o passeio e nunca esquecendo a oração. Parece que tudo passou demasiado rápido, o que me fez voltar a querer participar no próximo encontro no mês seguinte. Este ciclo foi-se repetindo ao longo de quase todos os meses durante estes cinco anos. Em todo este tempo, as amizades entre o grupo que se mantinha mês após mês foram crescendo cada vez mais.

Hoje, sinto que mesmo que todos sigamos caminhos diferentes, mesmo que deixemos de estar juntos com tanta frequência, posso continuar a contar com todos aqueles que comigo, fizeram esta caminhada. Tudo isto me fez refletir sobre o mais puro valor da amizade. Todos partilhávamos dúvidas semelhantes no início, sem saber muito bem aquilo que queríamos ou até mesmo o porquê de ali estar. Juntos, fomos crescendo não só em idade, nem só em conhecimentos académicos (ao longo dos nossos diferentes percursos escolares) mas também numa dimensão igualmente importante, a espiritual. Uma vez por mês, este foi um ponto de paragem, uma maneira de sair da nossa zona de conforto, das nossas rotinas e pensar por alguns momentos naquilo que podemos fazer por nós e pelos outros, por todos aqueles que nos rodeiam e que tantas vezes nos passam despercebidos. De uma forma muito resumida, desses momentos destacou-se em mim, sem dúvida, a ideia de que cada dia é um novo desafio com novas metas para cumprir. Em cada novo dia há que encarar um novo obstáculo e superá-lo, mesmo que nos pareça impossível, mesmo que nem sempre o consigamos. Não há que ter medo de fracassar. O fracasso acaba muitas vezes por ser o primeiro passo para alcançar o sucesso. Desta caminhada retiro, sem dúvida alguma, a ideia de que se queremos uma sociedade melhor, temos de ser nós próprios a construí-la, pondo mãos à obra e em comunidade, sem receios, lutando por aquilo que realmente queremos.

Por fim, o encerramento deste ano do Pré foi marcado pelo já habitual acampamento de Verão. De 2 a 11 de Agosto, juntámo-nos ao grupo de Abrantes e fomos até Taizé, uma pequena aldeia francesa. No meu caso, já foi o terceiro ano consecutivo que embarquei nesta aventura que é sempre muito enriquecedora. Este é um sítio indescritível, em que a simplicidade e a entrega ao próximo é a base de todos os dias. Para além disso, a oração, a meditação e a partilha cultural entre pessoas provenientes de diferentes países é incrível pois todas as diferenças são postas de lado e concentramo-nos essencialmente naquilo que temos em comum. Foi mais uma vez uma semana muito intensa e cansativa que acabará por criar memórias que durarão ao longo de toda a vida. Esta é uma experiência que toda a gente deveria experimentar pelo menos uma vez na vida.

Tudo isto foi e é para mim o Pré-Seminário. Deixo o convite a todos os que querem embarcar numa nova aventura, para se juntarem ao grupo! É indescritível tudo o que poderão ficar a ganhar com este percurso. Agora, é tempo de guardar as memórias e por em prática hoje a construção do amanhã!”

Regressados de Taizé é tempo de parar e começarmos a preparar o ano que se aproxima. Outubro está para breve e a espectativas de novos encontros começa a crescer. Ao Pedro Valente e ao Miguel Calmeiro desejamos muita força no abraçar dos novos desafios que lhes reserva o futuro; ao Ruben José e ao Miguel Farias desejamos a continuação de um tempo rico e profundo no Seminário de São José de Caparide em Lisboa!

Aos outros rapazes, encontramo-nos em Outubro!

Até já!